Audiência na Assembleia propõe plano de apoio às famílias atípicas no RN
Debate reuniu mães, especialistas e autoridades e resultou em encaminhamentos para políticas públicas de inclusão e assistência às famílias que cuidam de pessoas com deficiência

Com auditório lotado, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte sediou nesta quinta-feira (10) a Audiência Pública “A Experiência das Mães Atípicas: a Importância da Inclusão e Apoio”, proposta pela deputada Divaneide Basílio (PT). O encontro reuniu mães, especialistas, representantes de instituições e parlamentares para discutir os desafios enfrentados pelas famílias que cuidam de pessoas com deficiência.
Durante o debate, foram apresentados relatos emocionantes de mães que convivem diariamente com a sobrecarga física e emocional provocada pela rotina de cuidados intensivos e pela ausência de apoio estrutural do Poder Público. “Não temos o privilégio de desistir. Somos como a Fênix: nos destruímos num dia, mas somos obrigadas a renascer no outro”, declarou Raquel Monteiro, mãe de dois adolescentes com síndrome rara, emocionando o público.
A audiência contou ainda com a presença de Alex Alverga, coordenador-geral do Plano dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos. Ele destacou a importância da participação popular e do fortalecimento dos conselhos municipais para garantir a efetividade das políticas públicas voltadas às famílias atípicas.
Ao final da audiência, a deputada Divaneide Basílio apresentou uma série de encaminhamentos que servirão de base para o plano de trabalho da Frente Parlamentar da Pessoa com Deficiência. As propostas incluem:
- Implementação de políticas públicas de saúde mental e terapêutica para mães atípicas;
- Capacitação em educação inclusiva e melhorias no atendimento público às crianças;
- Acompanhamento da distribuição de medicamentos, insumos e alimentos para tratamentos;
- Divulgação de legislações e resoluções técnicas específicas;
- Criação do Fórum Estadual das Mães e Famílias Atípicas.
“Essas mães precisam ser vistas, reconhecidas e apoiadas. Precisamos transformar a escuta em ação, e é isso que vamos buscar dentro da Assembleia Legislativa”, afirmou a deputada.
Os encaminhamentos serão levados às secretarias estaduais e debatidos nas comissões internas da Casa, com o objetivo de fortalecer a rede de apoio às famílias e garantir a efetivação dos direitos das pessoas com deficiência no RN.